
(Imagem: Os Três Reis Magos, arte bizantina, mosaico - séc. IV)
Magos é o termo com que o Evangelho de Mateus (Mt 2, 1-12) qualifica os estrangeiros que vieram adorar Jesus acabado de nascer. Provavelmente, trata-se de astrónomos ou astrólogos, uma vez que seguem uma estrela: “E a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou.”
A sua proveniência do “Oriente” (Mt 2, 1) faz pensar na Pérsia, onde os sacerdotes zoroastrianos (magos) estudavam a astrologia e a adivinhação, ou talvez da Babilónia, onde havia grande interesse pela astronomia e pela astrologia, ou mesmo da Arábia e da Síria.
É claro que o interesse pelos magos na narração de Mateus é sobretudo teológica: eles representam os estrangeiros-pagãos que se tornam destinatários da salvação, juntamente com Israel, como consequência da sua adoração e fé em Jesus.
A tradição e a piedade popular transformou-os em Reis, a partir do Salmo 71, 10 (“Os reis de Társis e das ilhas oferecerão tributos”) e de Isaías 60, 6 (“De Sabá virão todos trazendo ouro e incenso”).
Pelas ofertas que traziam (ouro, incenso e mirra) deduz-se que eram três.
A tradição ocidental, a partir de um Evangelho apócrifo do séc. VI, forneceu também os nomes: Melchior, Baltazar e Gaspar.
Segundo a tradição, as suas relíquias encontram-se na catedral de Colónia, na Alemanha, guardadas num relicário feito de ouro e pedras preciosas.
Cântico popular para o Dia de Reis
Os três Reis do Oriente
1. Os três reis do Oriente / Tiveram sonho profundo,
Sonharam qu’era nascido / O supremo Rei do mundo.
2. Os três reis como eram santos / Uma estrela os guiou,
Em cima de uma cabana / A estrela se poisou.
3. A cabana era pequena / Não cabiam todos três
Adoraram Deus-Menino / Cada um por sua vez.
4. Todos três Lhe ofereceram / Ouro, mirra e incenso
Não Lhe ofereceram mais nada / Porque era Deus imenso.
Fonte: Christos, Enciclopédia do Cristianismo, Verbo, Lisboa 2004.